quinta-feira, 24 de abril de 2014

funcionário do mês





O cansaço açoitava Rubinato como se o dia fosse noite. Olhava para os lados da rua que passará todos os dias que ia e voltava do trabalho, onde o cinza da cidade e a multidão de pessoas passam lá e cá, sem se perceberem, correndo para as minhocas de metal buscando o aconchego do lar.
João Rubinato, cinquenta e tantos anos, pai de três filhos, dois netos, 35 anos de empresa, quase funcionário do ano por quatro vezes, e com um grande apreço pelo patrão e um desprezo grande pelos amigos de trabalho.
Certa noite do dia Rubinato por todos os lados onde olhava via o que produzia: soleira, sapato, cadeira, calçado e cansaço. Era como se a vitrine da loja o chamasse:
- Rubinaaaaaaaaaato! Produza calçados
- Rubinaaaaaaaaaaato! Produza sapatos!
Por onde caminhava dá liquidação á produção as vitrines o mencionará. Diante das ilusões que sofrerá ao invés de procurar um médico especializado procura o Patrão – Bernardo, que o disse:
- Rubinato, isso acontece com todos, faça o que te dizem. Produza mais sapatos. Possivelmente os sapatos sentem falta do seu braço.
Rubinato  se perguntará internamente o que eu faço? Se minha vida toda dediquei aos sapatos, o que mais que querem? Que eu seja um deles?
Sem pestanejar e lembrando-se do ditado do seu falecido pai “ se não pode com ele junte-se a eles”. Rubinato entra na máquina de sapatos. E o resto da história nós já sabemos o que aconteceu.

Rubinato assim como outros tornou-se o que sempre quis ser : Funcionário do ano para sempre ser lembrado.
                                                                                 ( Loreto,Thiago; 22/04/14)

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