sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz ano novo,novo que parecerá muito com o velho.

                    ( Ricardo Cammarota)

Nada É Impossível De Mudar

Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

                                                (Bertolt Brecht)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Toda ela bela, tudo nela chama..."


macia como uma flor.
primeiro se fecha em casulo,
depois se abre  em mudas,
e quando chega seu momento,
desabrocha abraçando todos galhos dos meus eus.


( Loreto,thiago;27/12/10)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Alguns dos muitos dias sem dormir


 Assim que o Homem acordou, levantou para tomar café como fazia todos os dias,alias, quando tinha café , mas antes de ir, quis escovar os dentes, ato que não fazia com frequencia, pois gosta do aroma do café sem escovar os dentes , pois o creme dental modifica o paladar. Depois de preparar a escova olhou para o espelho e o mesmo se desfacelava frente ao piso do banheiro carcomido pela umidade, e viu sua alma saindo do corpo, corpo esse que  por conta do calor que fez noite passada encontrava-se demasiado suado. Quando piscou, as imagens que estavam em sua frente mudavam se como  slides, que faziam recordar de toda sua vida, de todo seu processo histórico. Viu seus amigos, seus companheiros montando barricadas com corpos de outros camaradas mortos. viu famílias morrendo de fome e as mães chorando entre os corpos desnutridos de seus filhos.
Os slides passaram tão depressa que o homem confundiu oque era realidade com o que era utopia, que diga se de passagem caiu junto ao muro, muros que continuam caindo todos os dias, quando uma criança sente fome, ou que não vai para escola , ou mesmo quando um pai tem que acordar as 4:30 para ir vender café no ponto de onibus.
E a relembrar um 25 de outubro sua alma volta ao corpo  e sua vida volta ao "normal".

                        

                                                                    (LORETO, thiago;27/12/2010)
                                          

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Fundação de Papai Noel


Em sua primeira imagem, publicada em 1986 na revista Harper´s, de Nova York, Papai Noel - chamado Santa Claus- era um gnomo gorducho entrando numa chaminé. Nasceu da mão do desenhista  Thomas Nast, vagamento inspirado nas lendas de São Nicolau.
No Natal de 1930, Papi Noel foi contratado pela Coca-Cola. Até então, não usava uniforme, e em geral preferia roupas azuis ou verdes. O desenhista Hadson Sundblom vestiu o com as cores da empresa,vermelho vivo com filetes brancos, e deu a ele os traços que todos conhecemos. O amigo das crianças usa barba branca, ri sem parar, viaja de trenó e é tão rechonchudo que não se sabe como consegue entrar pelas chaminés do mundo, carregado de presentes e com uma Coca-Cola em cada mão.
Tampouco se sabe o que ele tem a ver com Jesus
       ( GALEANO, E; Espelhos)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Será que depende?

CES) CENTRO DE ESTUDANTES DE SANTOS E REGIÃO


Tenho pressupostos,
pressupostos sobrepostos
reconheço oque nego
o hoje da existência,
sem suprimir a contradição
a negação da sociabilidade
só um poquinho burguesa
leva a minha negação.

Reação em cadeia
olha só chegou a crise
desencadeia a turbulência
reprise vem a mente
são espasmos de felicidade
maldade com o povo da favela
diferente daquela que se vê na tv

Não a tela!
Diga sim a vida!
Mas não a sofrida, vivida
fadigada, encantada
pela magia das mercadorias,
passa o carro, o relógio a grana
sacanas reinam em Brasilia.

Acabou o leite da filha,
ponte que caiu a mascará
da realidade NEM TUDO É RELATIVO
a fome de milhões É UMA VERDADE!

Não me venha com " guia"
epistemologia, fenomenologia
quando todos puderem escolher
se vão estudar ou não filosofia
patifaria,cuidado não engola tudo
na academia, já reparou onde estão
a maioria dos meus irmão
balde e todo, limpando o chão

Não há racismo no Brasil!
Marcóla,Maluf, Brisola
essa é a pátria que pariu
e parou várias vezes
com a morte " violenta"
dos filhos da classe média pura,
faz imprensa,
jovens são exterminados todo dia
várias baixas na periferia

Essa lugar é uma cómedia
é só olhar para pequena burguesia,
leia o jornal,escute o rádio
e ligue a televisão: tire sua própria conclusão!

Rebelião é expressão
da contradição esquecida,
ou melhor escondida,
atrás dos altos muros,
seja da selva de pedra,
ou do condomínio

Privadom blindado seu automóvel
nos ofende, não somos burros,
não é imóvel o barraco
arrastado em dia de enchente,
rezem para nunca acabar
a paciência desta gente
que sorri da própria desgraça,
disfarça você está filmado
vigiado, quando passeia pelo centro

Eu não aguento quando ouço falar
justificar, enfim amenizar
o stress de grandes executivos
sorrisos, quem morrrem de infarto
estou farto!
vestir, comer e morar
bilhões nem isso tem,
da para comparar?
amém!

                  (CARLOS ALBERTO)
                         Poema que ganhei no curso do NEP 13 de MAIO

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Salve cooperifa





Os Miseráveis
.
Vítor nasceu
No Jardim das Margaridas.
Erva daninha
Nunca teve primavera.
Cresceu sem pai
Sem mãe
Sem norte
Sem seta.
Pés no chão
Nunca teve bicicleta.
Hugo não nasceu, estreou
Pele branquinha
Nunca teve inverno.
Tinha pai
Tinha mãe
Caderno
E fada madrinha.
Vítor virou ladrão
Hugo salafrário
Um roubava pro pão
O outro pra reforçar o salário.
Um usava capuz
O outro, gravata.
Um roubava na luz
O outro, em noite de serenata.
Um vivia de cativeiro
O outro, de negócio
Um não tinha amigo, parceiro
O outro, tinha sócio.
Retrato falado
Vítor tinha a cara na notícia,
Enquanto Hugo
Fazia pose pra revista.
O da pólvora
Apodrece penitente.
O da caneta
Enriquece impunemente.
A um só resta virar crente
O outro, é candidato a presidente.
                 (Sérgio Vaz)
.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Confianzas

                                                       ( RICARDO CAMMAROTA )


se sienta a la mesa y escribe


"con este poema no tomarás el poder" dice
"con estos versos no harás la Revolución" dice
"ni con miles de versos harás la Revolución" dice

y más: esos versos no han de servirle para
que peones maestros hacheros vivan mejor
coman mejor o él mismo coma viva mejor
ni para enamorar a una le servirán

no ganará plata con ellos
no entrará al cine gratis con ellos
no le darán ropa por ellos
no conseguirá tabaco o vino por ellos

ni papagayos ni bufandas ni barcos
ni toros ni paraguas conseguirá por ellos
si por ellos fuera la lluvia lo mojará
no alcanzará perdón o gracia por ellos

"con este poema no tomarás el poder" dice
"con estos versos no harás la Revolución" dice
"ni con miles de versos harás la Revolución" dice


se sienta a la mesa y escribe

                  ( JUAN GELMAN)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

NÓS

( uno de muchos caracoles zapatistas)




e desde que eu te vi eu soube,
soube que meus olhos eram seus,
que sua boca era minha,
que metade do meu era seu

desde que Hefesto forjou a solda,
soldou seu corpo ao meu,
e meu corpo ao seu
completando assim meu eu,

e desde que  me vi como eu
vi voce como meu outro eu


                                             (LORETO,T;08/AGOS/10)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Não precisa de Título.


"..É como rebeldia, vai passando, tocando o preto e despertando rebeldia que não passa, ultrapassa
Entrelaça nossa raça e se liberta da amordaça, interpreta e manifesta a vossa massa
Andando passo-a-passo, siga aí no braço, bichão, siga que não traça ilusão
Comunica a todo mundo, vou mergulhando bem fundo no motivo que me leva esse canto por toda nação.."
                                                                               ( GOG & RAPADURA)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Salve Noel. Salve o dia Nacional do Samba.



O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia
 ( ROSA, N; Filosofia)

Samba escrito na decada de 30.Será que nos remete algo  contemporâneo?

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ow se parece, ainda mais hoje, ainda mais com os policiais.

Não é estranho que ele fique de braços abertos? pode dar impressao que ele diz : Venham de todos os cantos do mundo,homens de todos as raças ,culturas e credos e explorem sem piedade. Coloquem fogo em tudo, não tendo respeito a terra ou nem os que vivem nela, nem os  velhos, nem as crianças. Venham e fodam Tudo!”
( Cronicamente inviavel)

domingo, 21 de novembro de 2010

.....




Os dias corriam como lutas de classes:
imprecisos
As Revoluções desfilavam
como uma vaga lembrança
borrada na memória:
distantes

Como seu corpo
a quilômetros daqui,
envolvendo tudo, engolindo os dias
sequestrando as noites
ausente.

O futuro e você
escondidos lá no horizonte
encoberto de nuvens hipócritas
invisivelmente reais
irrealmente visíveis.

Se beijo faz falta
enquanto tento explicar
áridas estratégias, táticas, vias
programas e alianças sem abraços.

Um novo ser humano
acorrentado como Prometeu ao presente
aguarda em seu rochedo que volte a águia
para dilacerar suas esperanças.

Os dias correm c0mo lutas de classe:
imprecisos.
Você e Revoluções
estão distantes

Meu corpo inteiro
engolido por meu coração aflito
prepara-se para o encontro:
iminente.

Ali distantes vejo a águia aproximar-se
Enquanto forço os elos fortes
Das velhas e debéis correntes:
Demente?

Nuvens não podem esconder
o futuro para sempre
Você e as Revoluções estão ali:
Presentes
      ( IASI,M. no curso de Revoluções)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Continua em construção...

"Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão...",

(MORAES, Vinicius O OPERARIO EM CONTRUÇÃO)

domingo, 14 de novembro de 2010

não se usa título


... primeiro achei que o amor fosse acalanto, só acalanto e de tanto achar que era acalanto transfigorou-se em santo amor que era tanto. Santo amor que era acalanto e transfigorou-se em canto e por achar ser santo nada era tao bom quanto o santo que corria dentro de tantos cantos santos.
O amor que era santo, virou guerra, entretanto, de amor e guerra nada sei, mas sei que amor também é guerra. Me tornei demasiado tonto por achar que amor que era acalanto, viro santo e depois acalanto não era nada disso. Amor é amar aos poucos  trancos que a vida dá;
                 ( Que é amor, Loreto,T)

sábado, 13 de novembro de 2010

Por onde andam os trabalhadores?

 (foto por Samara Marino. Estação da Sé cerca das 18:00 hrs)





Até quando construiram casas para outros morarem enquanto  moramos de aluguel em cortiços?
Até quando plantaremos alqueires de  terra com comida, onde outros comam e nós morramos de fome?
Até quando choraremos por utopias distorcidas em vosso nome?
- Construiremos, plantaremos e choraremos enquanto não nos( des) organizarmos oque está posto a séculos.

(Perguntas nossas. Nossas perguntas)
 Loreto,T

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

...  e assim que a encontrou pela primeira vez, os sentimentos pareciam um tanto quanto opacos.Como violão em construção, sem cordas, sem cor, sem swing. Entretanto o tempo foi passando e o que parecia opaco explodiu-se em sons e  gemidos que ensurdeciam os vizinhos com  silencio, desmembravam cada célula do corpo que ousavam sonhar presente futuros, os olhos os chupavam feito um zoom que com poucas palavras diziam palavras inacabadas. Pressupostos em parábolas metafóricas queriam dizer mais com as palavras que com a voz...  ( GRITO SEM VOZ. LORETO, T)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Espelhos

Poderia começar com alguma coisa escrita por mim, mas não, prefiro que as palavras de Eduarno Galeano façam essa inauguração.





" Os espelhos estão cheios de gente.
  Os invisíveis nos vêem.
  Os esquecidos se lembram de nós.
  Quando nos vemos, os vemos.
  Quando nos vamos, se vão ?"
      ( GALEANO,Eduardo; espelhos)