quinta-feira, 26 de novembro de 2015

noite fria



nesta noite fria
encontrei uma poesia
que me sorriu um dia.
ria
apesar do frio
que fazia
ria
apesar
do prato de comida
que não tinha
ia e vinha
ia e vinha
como barata
tontinha
quem dera
fosse poesia
que ela consumia
pena ser pó sem esia
nesta noite fria
encontrei um poema
que me sorriu um dia
chorei
sabendo o porque
ela sorria.

Òrúnmìlá



Òrúnmìlá
disse que
você
me espera
no altar.
viu nos ifá
que você
é meu lar.
veja nos odú
Òrúnmìlá
o que o futuro
me reserva
aceite o que
Ésú te leva
Òrúnmìlá
nem homem
nem Órísá
Òrúnmìlá
soberano
dos ifá.

OCUPA




ocup(A)cao

nao sei
se sabe
governaDOR
mas isso
chame-se
reac(A)cao.


como se o mundo
fosse a Odisseia de Homero
escrevo esse verso
sonhando ser seu
para guardar seu céu

(A)narquico





anarquicamente 
escrevi um poema
era imenso
cheio de palavras de ordem
desordenando toda ordem.
era
foi
e talvez será
organizadamente
desorganizado
espontaneamente
autônomo
e se foi.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Violência



Nessa minha gana
ainda que insana
de escrever poesia
o lápis é o fuzil
que o policial nem
consta revistar
o papel
que não é flagrante
escrevo constante
os tombos
que a vida nos da
e pode vim Policia, BOPE
milico de rabecão
esses versos
que escrevo aqui
é pra fazer Revolução.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

sal da terra

                                             ( não tenho certeza, mas acho que é Bansky)


desterrado
da própria terra.

oriente medo.
média preocupação
estrangeira,
mede o  comportamento
dos imigrantes,
ideia de idade média.

separam os corpos em fronteiras,
dividem os socos que tomamos nas trincheiras
e a gente? a gente assiste.
assiste do Datena
mais um preto pobre periférico morto
e o povo aplaude
mais um preto pobre periférico morto
e o povo aplaude.

mas chora a morte do menino morto na fronteira.
- era tão lindo, roupinha vermelha, pele branquinha.
- ( malditos vermelhos! que morram todos!)

desterrados
Da própria terra.
do Capão ao Afeganistão
a massa segue sendo amassa...da.



sexta-feira, 3 de julho de 2015

div(ar)gando


Ainda bem que estou vivo
pelo menos por mais um dia vejo seu sorriso
pressinto o suspiro quando você chega e sinto
sinto  muito,
quando você sai e levas consigo o que ainda não consigo expressar

Ando pela rua procurando o que só acho contigo,
em pileques e fumaças a desgraça que a cara não consegue esconder
meus pensamentos remoem trairás  me levam sempre a você,
O tempo passa (ou tenta passar) a perna enquanto espero o sono chegar e passar.
Sopro na rua uma gaita triste, todos me olham, mas não vê,o que eu não consigo esconder,
do outro lado da rua mais um mendigo que o gringo nem ousa olhar,
e tira fotos para um dia alguém mostrar, um tipo de safári, que busca aqui encontrar.

Ainda bem que estou vivo e você está comigo, não aqui, não hoje, mas comigo
o cheiro da fumaça me embriaga, você me abraça, a calçada da praça cheia de corpos vazios
enquanto o pavio pronto para estourar não estoura, a televisão monta a sua versão
que mais consegue complicar e comprar a população que nada tem a vender,
a não ser sua força de trabalho, que ainda tentam privatizar,
o menino no farol que pede trocados nos carros e recebe gestos negativos pelo vidro claro,
o fone de ouvido abafa o choro da criança que passa no colo da mãe sem esperança,
o mundo com sua deselegância , sua ganancia e tudo que não nos deixa viver,
paro e respiro pela megalópole mais desigual da América latina a retina perplexa me vem a visão de você.
 Ainda bem que estou vivo e consigo lembrar do seu sorriso.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

saludos



Quando fui apresentado
ao fardo sujo da cidade
você me fazia alarde

Erguíamos as taças,
e qualquer praça
 era graça para
a gente celebrar

quando o marxismo
deixou de ser só mais um `”ismo”,
era você ainda que mostrava
alguns caminhos

ai veio o Partido
separando e repartindo
ensinando e desconstruindo
tudo que já havia aprendido

Hoje ,quase casado
e sonhando com  filhos
ainda que distante ,
estou sempre contigo, amigo.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

estações


seus olhos verão
que o brilho não cansa de irradiar
boca de paixão
de uma primavera
floreadas de cores,
onde as dores
não ousam avançar

de inverno a outono
de primavera a verão
nenhuma estação
acompanha o " tun tun"
que você provoca
 no meu coração.

( Loreto,Thiago - 22/05/15)

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Te esperando


                                       
te esperando
preparo um banho
com água ou de língua
de escrevo uma poesia
e sonho teus sonhos
em sintonia.

te esperando
beijo uma boca que ainda,
não chegou
só de pensar que campainha tocou
meu coração pula
da saudade que apertou.

ah, te esperando chegar!
sentir seus suspiros,
ver seu sorriso,
e apagar esse fogo
que só você sabe sanar.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

divisão



de um lado do muro
piscina
cerveja e
caipirinha

do outro oração
fome e desilusão.

enquanto houver muros
daremos murros em ponta de faca
desvendaremos as farsas
que  a mídia ousam vendar.

enquanto houver lados dos muros
apontaremos o futuro numa foice
e com martelo derrubaremos os muros
para com os tijolos forjamos outro mundo.
         ( Thiago Loreto/22/0515)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

as estrelas



com os pés no chão e a cabeça nas estrelas
sonho e luto por uma verdadeira estrela vermelha
que só apague com o fim das sinhá e dos sinhô

com os pés no chão e a cabeça nas estrelas
ouso arte , sinfonias.
abraço  a rebeldia  das ruas
e escrevendo poesias noturnas.

ah!! As estrelas e o chão!!!
quem sabe um dia
vocês se abracem
e pintem esse mundo sujo
cor de sonhos e solidarização
Pra quiçá gritarmos um dia juntos Revolução.
 ( Thiago Loreto/21/04/15)

quarta-feira, 18 de março de 2015

...?





bate
panela
enquanto
na casa dela
quem cozinha
não é ela.

bate
panela
na janela
enquanto
a fome
não chega
a ela.

bate
panela
pois
não falta
na panela
dela.

bate
panela
bate.
   (08/03/15)

contas


                                                                      (autor desconhecido)


O que me contas de novo
fora 
as contas 
de novo
que tem de pagar?

quinta-feira, 5 de março de 2015

música


as redondilhas maiores
que formam seu sorriso
são as sinfonias  mais belas
que um compositor não escreveu

em um andamento quatro por quatro
desenho a partitura do seu corpo
que nenhum compasso e divisão rítmica
marca nosso modo de beijar,

terça-feira, 3 de março de 2015

Os poemas que não escrevi




Para os poemas
que não escrevi
 ou aqueles que  esqueci
deixo o suor do corpo
depois do trabalho,
o gelado da língua
que beija a amada
 e  o coração sangrando
que não cabe
na folha de papel.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

samba contra a exploração



com suor e rebeldia
costuro num pano velho
de coragem e alegria
a vontade de minha classe viver.
ponho a meu corpo
desço o morro vendo o dia florescer
sambando a canção
da derrota do patrão.

ensaio com pedras e pandeiros
sonhos e conhecimentos
o samba enredo
da libertação da exploração.

de repente



quanto tempo
a gente tenta
a gente pensa
em ser feliz.

de repente
agente mente
a gente sente
a vontade de ir.

a gente se arrepende
não entende
o que depende
pra nos fazer sorrir

cotidiano



todo dia espero o mesmo ônibus
converso com o cobrador o básico
a criança passa
o velho também

o trabalho se repete
as dúvida crescem

o dia passa pesado como um elefante
a noite fria me abraça latejante

tudo na minha vida passa
só a vontade de você que não.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Feliz natal!


Feliz natal
e o cartão postal
que se desenha
na maior cidade
da America
é o capital vestido de caos.

mercadorias e melancolias
que o velho barbudo
presenteia os ricos
e esquece dos pobres

marcas viram pessoas
e pessoas viram coisas
enquanto o natal
encobre a desigualdade social

Feliz natal desigual
aumenta a exploração social
e o papai noel esquece e faz folia
as crianças que não tem casas
como o estado esquece todos dias

A li se foi


Ali
se
foi
mas
um
dia.

dor
mia
dor
mia.

se fosse
Ali
se
ria
ria
sem
pre
festa.

 ( Loreto,Thiago/ novembro)