domingo, 5 de outubro de 2025

sob os nossos ossos



foto Joel filho


 Aprofundando a última postagem, a ideia hoje é falar um pouco mais sobre o livro. O título é “Sob nossos ossos: histórias para não esquecer de Guarulhos”. Aproveito para avisar aos desavisados que se trata de um livro de prosa, e não de poesia. Digo isso porque muita gente me perguntava quando sairia o próximo livro (a propósito, para quem não sabe, eu tenho um livro de poesia chamado Poemas de amor e luta. Ele está disponível — fale comigo que eu providencio).Dito isso, aviso que serão 12 contos no total, e não 11 como havia falado antes. Escrevi um conto extra, que há tempos estava no papel, mas eu nunca conseguia terminar.

Todos os contos e crônicas giram em torno da cidade de Guarulhos, ora tratando de sua história, nomes de ruas, locais históricos e personagens esquecidos. Em outras  palavras, procuro dialogar com as pessoas leitoras sobre: patrimônio, memória, história oral e literatura.

Nem todas as histórias são reais, mas todos os contos são verdadeiros. Espero que, com este livro, as pessoas passem a observar mais a cidade. O cotidiano nos faz naturalizar absurdos: uma criança na rua pedindo comida, uma casa histórica abandonada que poderia ser um museu, ou até mesmo um serviço público que deveria ser de excelência mas, por diversos motivos — entre eles a falta de investimento — não funciona.

Este livro é um lugar de memórias submersas, uma ponte entre o mundo antigo e o novo, entre o que foi e o que ainda está por vir. Espero que gostem…

Pretendo no próximo texto falar um pouco sobre o fomento e sobre quem está trabalhando comigo no livro.


terça-feira, 9 de setembro de 2025

Novo livro

 

Foto Joel Filho 

Para quem não me conhece, meu nome é Thiago Loreto de Oliveira, conhecido também como Giba, Trabalho como Assistente Social na saúde pública da cidade de Guarulhos e também sou escritor. Escrevo desde os 15 anos de idade, mas a partir de 2010 passei a reunir meus escritos no blog “Tudo que é sólido desmancha no ar”, blogspot, além disso passei a divulgar nas redes sociais e saraus na cidade de Guarulhos e também em São Paulo. Participei como organizador do sarau Carolina, um dos muitos polos de poesia e difusão de arte na cidade de Guarulhos. Publiquei meu livro de poesia em 2020 “Poemas de amor e luta”, através de um coletivo independente. Desde então venho divulgando meus poemas e contos em antologias de escritores(a) da cidade. Em 2019 um dos meus escritos foi selecionado para o Prêmio João Ranali, uma seleção de escritores da cidade.  




Escrevo esse texto para compartilhar minha felicidade do meu novo trabalho “Sob nossos ossos: histórias para não esquecer de Guarulhos”, um livro de prosa que reúne 11 textos entre contos e crônicas sobre a cidade de Guarulhos que vão do realismo brutal ao fantástico. Dialogando com história, memória e justiça. Quem fará a publicação é o coletivo CTRL+V que publicou meu primeiro livro, só que dessa vez com financiamento público e com colaboração de diversos artistas sensacionais.




A inspiração para esse livro é justamente o pouco ou nenhuma relação da cidade com a sua história. Procurei relacionar temas importantes como: a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Hospital Padre Bento e a Casa da Candinha. Tudo isso tentando não ser piegas, academicista, mas trazendo para um campo da literatura, buscando dialogar com todos os tipos de leitores, credos e idades.


O livro foi selecionado para receber o fomento de produção cultural Aldir Blanc em 2025 e além do livro físico faremos diversas ações na cidade de Guarulhos entre elas oficinas de escrita, impressão de audiolivro entre outras, mas calma, esse é o primeiro texto de divulgação até dezembro vamos falar bastante sobre, então, segura que logo mais tem novidades. 

segunda-feira, 24 de abril de 2023

a gente chegou tão longe



 a gente chegou tao longe

por que nos perdemos

no meio do caminho

quanto de amor faltou

para mudar 

o que nossa classe ousou

porque sonhos não faltou

todo dia na linha de produção

sobra tempo para que nosso suor

vire o iate do patrao

mas nossos sonhos 

sao minados na hora extra

enquanto é festa do filho do dono

negando aumento no final de ano

restando a nós o pingado e o pão

a cachaca no fim do dia

e o futbol de salão

todo acidente de trabalho 

dizem que é culpa do operário

mesmo que o maquinario

trabalhe sem descanso

sem proteção ou manutenção

se ousar nao trabalhar

é rua que vamos encontrar

disse o patrao na Suiça pelo celular

respire

se hidrate 

não deixe que falte sorrisos 

porque o riso tambem é revolucionario

não deixei que a depressão te abrace

cuidado que ela usa disfarce

ame seu parceiro

abraçe sua parceira

como disse o poeta

o sol há de raiar

respira, respira

a gente tem um mundo pra mudar

intro do proximo livro

 Eu não acreditava em histórias de terror.

Eu nao acreditava em demonios ate pegar um busao sentar em um banco dos fundos e ver um velho abusando de uma mulher e eu ter que sair na mão com ele.

Eu nao acreditava em aparição até o pai de um amigo, pai ausente, retornar depois de 20 anos pedindo ajuda.

Eu não acreditava em fantasmas até ver gente saudando torturador da ditadura.

Nao acreditava tambem em brinquedo assassino até um muleque pegar a arma do pai escondido e atirar no amigo dentro da escola.

Não acreditava em casa mal assombrada até a casa vazia do bairro ser descoberta sendo local de estupro e a policia saber e nao fazer nada.

Eu não acreditava em seres de outro planeta até descobrir que a gente esta destruindo nosso planeta e ninguem faz nada para mudar.

Eu não acreditava em inferno até ver um monte de gente morrer na pandemia e o presidente rir em entrevista coletiva.

Eu não acreditava, mas agora acredito.

Poemas que não queria escrever - Thiago Loreto

ainda que noutro mundo




ainda que noutro mundo

visitou  a me num sonho

quase tudo era turvo

só seu sorriso que era claro

cheiro de bolo e pipoca

ouvi um barulho de fundo

será que era o caco?

não me supreenderia

que fosse ele ou a vó mazilda

eu ainda assim a reconheceria

abri e fechei os olhos

tudo ainda era neblina

senti uma risada do infinito

será o Benedito?

esfreguei os olhos

mas ninguem estava lá

Penitência 

ouvi de algum lugar

corri para ver se via

mas cai na propria armadilha

era a matilha de cães que me vinha

Natasha, Caire e Mel

era só o que me faltava

Latrel tambem caminhava

em sonho tem animal zumbi?

até aqui pede pra brincar

via a calçada perto de casa

travessa da cruz de malta

não conseguia andar

sentei e vi o tempo passar

olhei pro alto um monte de pipa 

ali podia ser meu céu

passei os dedos na cara

era minha casa

minha cama

Caetano miando

Raposo nanando

Leticia roncando

acordei sorrindo

que visita boa 

a gente recebe sonhando



 Poema da realidade

os animais selvagens são lindos

quando brincam, caçam e se reproduzem

seres vivos como eu e voce

pena que seus netos 

só os verão em livros 

depois de queimarmos o mundo

só vai restar foto de tudo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

toda mãe


Toda mãe é poesia pronta

Passarinha que não corta asa

Ponte de imensidão

Que faz seus braços uma casa