quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

não é poesia




crianças revirando lixo,
pareciam bichos,
revirando lixo.
pareciam bichos,
e não ha nada de poesia nisso,
repito
nada de poesia nisso.
 ( Loreto, Dezembro 2014)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

arma de brinquedo


                                                                        (Guernica)
                                                              
prato vazio
pátria pariu
o menino
e o fuzil

não teve brinquedo
nem berço
mamãe não tinha
papai bebia

 procurou em faróis
pedindo gorjetas
o" não" recebias
com frequência

cansado de pedir
passou a exigir
brincando de policia
e ele o ladrão

como polícia
não brinca
com divida


vala comum
que é comum
na perifa
foi começo
de sua e outras vidas.

sábado, 6 de dezembro de 2014

troca

                                                                 John Holcroft

passou
um poeta
na rua
que era rico
e não sabia.



pegava
latinha
e
dizia
que
nada
tinha.
 
trocava
mais
valia
pra
fazer
poesia
( Loreto,Thiago, novembro 2014)

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

poema da cidade.


                                                              (artista desconhecido)

quanta solidão na multidão
conectada ao nada
no vagão do metro lotado
de uma vida amarga.

qual perfume tem essa fumaça
que abraça as praças de concreto?
aqui onde a  máquina é amiga
e o ser humano seu estranho.

paro e olho a maior metropole
que o progresso criou
neste momento os poetas choram.
                 (31/11/14)

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

ao contrário




pintei uma poesia
no quadro dos seus olhos
ensaiei melodias quando
tocava sua lingua na minha.

esboçei mapas e plantas
no seus quadris,
procurando me perder
antes do meu corpo arder em você

berrei em silêncio
no pé do seu ouvido
pedindo para ver
aquele seu sorriso.

em frenesi constante em ter
despertei do sonho
que é fazer amor com você.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

enquanto você fala




                                                Steve Buscemi


enquanto você sorri
me perco em sua boca
abrindo e fechando
como janela mirando horizonte.

enquanto você fala
o tilintar do som
me faz esquecer
tudo aquilo
que queria explicar.

escrevi agora esse versinho
para não esquecer
o que minha boca
não pode lhe dizer.
 (17/09/14)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

um trabalhador morreu





não hastearam bandeira
não houve salva de tiros
só se ouviu os berros dos filhos
que choravam pelo pai perdido.

não importa se vendia pinos ou seguros
se era assalariado ou proletário precarizado
importa que os tiros não foram no escuro
mas disparados pelos cães do Estado moribundo.


não houve greve nem piquetes,

as máquinas ao menos pararam
pelo trabalhador assassinado
na zona  norte de São Paulo






* Para o trabalhador que foi assassinado na Zona Norte de São Paulo pelo Estado Fascista. Foi morto  por estar vendendo água na bienal do livro e  nãos quis entregar a mercadoria pra policia.







o que restou


Depois de entornar o copo
o corpo logo caiu e
de
rra
mou
.
o que da vida restou
 ( 08/09/14)





                                           (Viktor Oliva(1861/1928 - O bebedor de absinto)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Um em quatro

                                                        ( Sofia, M)

a primeira vez que li Pessoa,
era ele só Fernando,

uma hora era um, outrora outro.

como podia, ser ele tantos.

 hora era  Ricardo.
centrado e bucólico
cheio de razão,
procurava calma ou ilusão

outrora Alvaro que de campos
nada tinha , falava do futuro
não cabia ser desse mundo.
faltava Aberto, esse sim era campos,

pensava  na sua vida e de outros quantos.
não deixava de ser ele, mas era outro.
uma hora Pessoa, outrora era tantos.

dialogos(1)



- não aguento mais! Vou dar um jeito de ir embora. Se mamãe não o aceita a única opção que temos para ficar juntos é fugindo. Disse a apaixonada.

- Espera, Tarsila. Vai dar tudo certo. Logo mamãe vai entender. Este Fulano também não ajuda. Parece que faz as coisas para provocar. Vira e mexe está passando em frente de casa com  alguns amigos mal-encarados, fumando e bebendo cerveja. Ponderou a irmã.

- Até você chamando ele de Fulano, Alice! Vai fazer igual a mamãe agora? É o jeito dele. Ele é lindo, não pensa em ninguém a não ser nele.... e nós, claro.
- quieta que a mamãe está subindo. Afirmou a apaixonada

- Filha, querida! Não fica emburrada comigo. Já conheço homens como este. Só querem você sabe o que. Estou te falando para o seu bem. Esses amores prematuros,  acabamos fazendo coisas horríveis, acabam arruinando nosso coração. Olha o filho do Matarazo, como é lindo! Como é partidão, vocês formariam um casal lindo, com muito dinheiro. Se desculpou e sugeriu a mãe.

- Eu não gosto daquele nojento, engomadinho. Respondeu a apaixonada.
- Você verá! Nós nos amamos. E amor maior que este não há. Nascemos um para outro, somos unha e carne. Reclamava a apaixonada.

( no parque )

- Está tudo certo, meu amor! Enfim vamos viver nosso amor, como queremos. Só eu e você. Nós sairemos desta cidade que só nos sabe julgar. Nosso sonho se tornará realidade. Hoje de noite na rodoviária, será nossa emancipação, já comprei as passagens. Declarou a apaixonada.

- Não posso esperar por amanha! Vai ser único. Como eu te amo, nem sei explicar. Agora vamos para um lugar a sós celebrar nossa futura aventura? Perguntou o Fulano.

( em casa)

- Te darei notícias, irmã! Estarei mais feliz fora daqui, com ele. Se despediu a apaixonada.
- Boa sorte irmã! Mesmo sendo louca, lhe admiro. Mande notícias quando puder.

( no local planejado)

- o coração faltava pular do peito. Batia, batia esperando ele chegar. Os olhos marejavam, como quem sente o mar indo e voltando. As pernas tremiam como vara verde. Esperou bastante, esperou... e ele não veio. Explicava  a desiludida para o motorista do ônibus, voltando pra casa.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Lutemos!


Queria te escrever uma poesia
mas bombardearam a Palestina
e a inspiração passou.

Há tempos tento te escrever
mas o alvo é sempre o proletário
e me faltam vocabulário
para te escrever algo.

Quando não existirem mais Moinhos, nem UPP´S
Quando não existirem mais Pinheirinhos,
Talvez a poesia seja pra você.

Enquanto esperamos esse dia amanhecer
te escrevo esses versos
para não esquecer. E lutamos.
Lutemos para esse dia acontecer.

* Inspirado no poema de Solano Trindade chamado "Esperemos".

terça-feira, 22 de julho de 2014

sem titulo




cada passo
nessa cidade suja
é um berro em silêncio
que clamo  nas suas ruas São Paulo.

olho pro lado
e o lixo acumulado
serve de refeição
a humanos despejados.

do outro lado
no prédio de luxo
 brindam com vinho caro
 por mais um  local desocupado.

caminho e corro muito  na cidade
e quanto mais caminho
menos carinho vejo
em suas ruas cheias de carro.

quanta aliança
sem abraço.
quanta vida
desperdiçada em filas
por salário.

descansa com remédio
acorda com tédio
pensando na labuta
que tem que enfrentar.

a cidade não para (e como)
não para de exterminar
não para de humilhar
não para de jogar
a periferia pra qualquer lugar.

cada passo
nessa cidade suja
é um berro em silêncio
que clamo  nas suas ruas São Paulo
PARE!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

impressões





Passou blush, verificou o horário, colocou os penduricalhos, olhou no espelho não viu nenhuma marca entre as roupas e saiu para ganhar a vida. Sabia que aquele horário era perigoso, mas era o único que conciliava com a escola de seus dois filhos que estudavam em horários diferentes. Sabia que gerava desconfiança no pai dos filhos, que a deixou sem explicar , talvez pelo seu trabalho, talvez por trocar o dia pela noite e não mais o acalantar.E o pior,o homem não ajuda nem na pensão.
Desconfiava, mas fingia não ouvir que quando voltava do trabalho as vizinhas comentavam sobre sua vida.
- Aquela ali, só trabalha pra gran fino, sente o cheiro! Olha as roupas que ela perambula.
- O meu marido disse que já a viu altas horas da noite, ali perto do cemitério do bosque. Vociferando.
Quando chegava perto o assunto mudava.
- Bom dia! Onde foi linda assim?
- Bom dia! Voltando do trabalho, como todos os dias, e cansada como sempre.
Não sabem o duro que é, ter essa vida noturna, aguentar cliente chato, que não pede, mas manda. Receber cantadas diariamente, ou noturna mente, como preferir( pensava a moça). 
Subia as escadas, quase que como aquelas pessoas que sobem para pagar promessas.
o filho, com um sorriso de orelha a orelha, pergunta.
- Atendeu bastante clientes, mãe?
Respondia a mãe
- Só gringo filho. Usei bastante o inglês. Você tinha que ver. To afiada.
o filho se aprontava. Olhou a janela e viu os amigos o esperando para ir a escola.
A mãe o beijou na testa.
- Vai com deus, filho!
O sofá torna-se a cama mais confortável do mundo e sonha o dia que o trabalho de recepcionista de hotel será menos desgastante, mas ainda sim sonha.
   ( Thiago Loreto 15/07/17/4)

segunda-feira, 14 de julho de 2014

flores



como semente
que a vida aflora
e mudas
com muitas mudas
 inundas
a vida de cores
caso tu fores comigo
eu flores contigo.


* para camarada Najila que insiste em ler meus rabiscos.(14/07/14)

terça-feira, 8 de julho de 2014

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Atividade ilícita

                                                             


Beijou a testa do filho e saiu para o trabalho, mas não antes de esquentar o almoço, não antes de fazer a marmita e limpar a água que entrou de noite por baixo da casa. Sempre que chovia era um desespero, tanto para voltar para casa, pois não sabia o que ia encontrar em pé, quanto para atravessar a cidade . Acordou o filho e foi para o trabalho.
Era um dia importante, jogo de abertura da seleção. Arrumou a mala para ir a escola, comeu a comida requentada e saiu de banda para a escola, entretanto algo estava errado. Tudo estava fechado, da escola até o bar do "moço", se o bar do moço estava fechado a coisa tava complicada mesmo , o bar só fechava por motivo de morte na família ou porque a Polícia tinha ido lá cobrar um tal de “quebra”, quebra mesmo era ter o que vender e não poder, pensou o menino. Tudo fechado mesmo.
Voltando para casa o menino louco para chegar, brincar com amigos e esperar sua mãe, vê um grupo de pessoas reunidas, crianças chorando, idosos desmaiando e a polícia pedindo paciência e calma pra população. De pé de ouvido escuta que algumas casas foram invadidas por abrigar materiais subversivos. Chegando mais perto vê que a casa do velho estava cercada de policiais. Não entendia o por quê. O velho era uma pessoa amarosa com os vizinhos, organizava festas para os favelados, distribuía livros e doces para criançada, as vezes tomava uma cachacinha, mas também ninguém é de ferro né.
Enquanto isso do outro lado da cidade a mãe ninava uma criança que não era sua e escuta a televisão dizer que acabará de prender um dos maiores bandidos dos últimos anos. Disse que foi preso ser distribuidor de coisas ilícitas. Menino, mãe e favela não sabiam que doces, livros e alegria eram ilícitos a favela.
                                                                           (Thiago Loreto 10/06/14)


* cronica publicado no jornal dialética julho de 2014
http://jornaldialetica.blogspot.com.br/

terça-feira, 24 de junho de 2014

PAR tes

toda                                                ( Ricardo Cammarota)
par
ti
em mim
sem
ti
é nada.
toda
par te
de ti
em mim
é nada
quando
par
tes
sem mim.


toda parte
de ti em mim
é tudo.

tanta parte
á parte
sem ti

é nada.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

e foi amor


"fiz teu coração minha morada
queimei as pontes
fechei estradas
afundei as jagadas.


as portas sempre fechadas
colecionam minhas magoas
enquanto rego seu  jardim com lágrimas.

a morada sem chave
vive fechada
o coração sem rédias
segue suas pegadas."
 ( Loreto,Thiago 11/06/14)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

devaneios



ergam
os copos
pra copa!
bum!bum!
samba?
bomba
gringo burro
não bunda!

ergam
os corpos
pra copa!

sonha



sonha
José
e luta.
talvez  no sonho
a luta não seja luto.

apresse a prece

mastiga
tua vida.
engole
sem saliva
a imposição.

ponha
teu cabresto.
veja
o mundo avesso
pro patrão.

cospe
em tua vida.
sangra
ferida viva
da exploração.




quinta-feira, 8 de maio de 2014

criança de prata




criança
de
prata
comida
que falta
no
prato
na pátria

joga alto
os pinos
falta no
ensino
pra
comida
comprar

escorre
no pranto
o engano
da
vida
que
tanto tira
quanto dá




* inspirado no conto da escritora Virginia B no jornal dialética edição de maio.

terça-feira, 6 de maio de 2014

soneto da migração



João sonhava em ser(tão) grande
veio para São Paulo lugar distante
procura trabalho diferente de ser(tão)
sonhava com um dia dar comida pros irmãos.

João quando saiu nada sabia.
encontrando aqui o que não queria
ser(tão) maltrato é o que acontecia
ser(tão) discriminado não entendia.

João não mais queria essa vida
por ser(tão) mal falado não entendia
sonhava em voltar ser(tão)

então pensou João por que não?
volto pra casa com vontade
cheio de saudade de ser(tão)
   (Loreto/Thiago)

segunda-feira, 5 de maio de 2014

ser(tão)


sofro
pela fome
pela luta
de ser(tão)

grito alto
pelo fato
e indiferença
ao ser(tão)

ser(tão) grande
ser(tão) sofrido
ser(tão)vasto

falta tudo em ser(tão)
sobra nada em ser(tão)
só saudade de ser(tão)
   (Loreto,Thiago)

domingo, 27 de abril de 2014

um dia pra não esquecer



queria lhe dizer muitas coisas
mas minha boca foi calada,
entre a calada da noite e o amanhecer.
perdendo o sorriso que um dia ousei ter.

sorria para um novo mundo,
que ria do velho que um dia foi
que difamou a solidão,
para abraçar a coletivização

queria lhe dizer muitas coisas
mas o açoite me procura,
tirando meu sorriso,
sonhando minha tortura.

tentei lhe dizer muitas coisas
mas hoje não digo mais nada
minha voz foi calada,
por autoridade e procuração
mas isso hoje não importa
outras vozes virão.
       (Loreto,Thiago 25/04/14)

* para os camaradas do Sarau Comungar que ousaram tocar da ferida com poesias sobre a ditadura

quarta-feira, 23 de abril de 2014

soneto carnaval



não era carnaval
mas samba meu coração
que ouvindo a canção
tirou sua paixão para dançar.

não era carnaval
mas confetes foram lançados
marchinhas foram tocadas
mas só seu sorriso brilhava.

não era carnaval
mas assim como passa o bloco,
o samba e a paixão passou também,
 ( Loreto, Thiago)
.


terça-feira, 22 de abril de 2014

canção da realidade


minha terra tem pobreza
aqui e acolá
a fome que tem aqui
é a mesma que a de lá

nosso céu cheio de prédios
nossas pássaros como cegos
nossa vida cheia de tédio
nossos mares que mais e mais secam

cada dia que passa
menos prazer encontra cá
minha terra tem pobreza
aqui e acolá

aqui a vida é dura
cada dia mais pindura
menos prazer encontro cá

dia vai dia vem
menos prazer encontra lá
minha terra tem pobreza
aqui e acolá

não se esqueça de me avisar
caso um dia não voltar
se no meio do caminho
minha vida eu tirar
porque não quero novamente
por fome ter que roubar
 ( Loreto/Thiago)

 * uma outra versão de canção de exílio do poeta Gonçalves Dias(1823- 1864)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

o muro


o muro caiu
o sonho ruiu
a classe dormiu

sem que você perceba
ou veja,
continuam lutar por ti

mesmo que você o renegue,
está sempre pronto a te ouvir,
compartindo angustias,
que insistem em te engolir.

o muro caiu
o sonho ruiu
a classe ressurgiu

apontando um novo futuro,
como aquele que sonharam para o mundo,
ressurgindo do escuro, modificando  presente em futuro,
que hoje percebe que não precisa mais de muros.
        ( Loreto, Thiago)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

sinal fechado


na fila do metro lotado,
ou na do pão a disputa acirra a tensão.

  atenção- atenção- atenção
  liquidação-solidão- sofisticação

entre a lista dos demitidos
e a prateleira dos vestidos
o silêncio grita ao pé do ouvido : ilusão.

 atenção- atenção- atenção
 repressão- solidão- frustração

falas reprimidas
para ações contidas
convencida olha aborrecida
para multidão que olha mas não vê

ilusão- solidão-ilusão
           multidão
           atenção....atenção...atenção.

o sinal abre e sua vida volta ao" normal".
                 (Loreto, Thiago;primavera de 2014)
     

segunda-feira, 31 de março de 2014

Ode a São Paulo



Essa é São Paulo.
Construída de sangue e suor dos índios e negros,
a todo vapor nas fabricas e celeiros.
maré de açoites que a história omite,
para contar apenas a  história da elite.

Essa é São Paulo.
torre de babel ambulante,
megalópole gigante,
da sanfona do nordeste
a sinfonia de Budapeste.

Essa é São Paulo.
entre becos e vielas, e
amontoado  de favelas,
onde uns se escondem em casas
e outros fazem das casas as calçadas.
          (Loreto,Thiago,março 2014)

sexta-feira, 28 de março de 2014

Havana Blues



a veces,
te escucho caminhado por la calles,
invitando me a bailar,
con histórias a me cuentar.

a veces,
miro tu sonrisa
cuando veo el sol grande y bello
como um espejo que refleje tu alrededor

a veces,
Soño contigo,
y en estes suenos me hacer pensar,
que te conocer  fue casi um sonãr.
     ( Loreto, Thiago; dezembro 2013)

quarta-feira, 26 de março de 2014

Acorda amor!



acorda amor.
presta atenção,
só na região sudeste
a polícia mata mais gente
que a fome no nordeste.

acorda amor.
presta atenção,
a repressão cresce a cada dia
os senhores do mundo açoitam a periferia
mas temem nossa rebeldia.

acorda amor.
o sol já raiou
que a barbárie começou.  (LORETO,Thiago;22/03/14)

* inspirado num poema do Mario Benedetti

sábado, 18 de janeiro de 2014

JUAN GELMAN, PRESENTE!

Singela homenagem ao poeta que ousou versas as vozes que a ditadura argentina calou.
evóe camarada Juan Gelman(1930-2014). Que seus versos sejam lidos no dia da nossa vitória.
Desculpe o erro de gramática, mas foi escrito em 2011, quando estava começando a estudar o idioma.


Confianzas


se sienta a la mesa y escribe "con este poema no tomarás el poder" dice"con estos versos no harás la Revolución" dice"ni con miles de versos harás la Revolución" dice y más: esos versos no han de servirle paraque peones maestros hacheros vivan mejorcoman mejor o él mismo coma viva mejorni para enamorar a una le servirán no ganará plata con ellosno entrará al cine gratis con ellosno le darán ropa por ellosno conseguirá tabaco o vino por ellos ni papagayos ni bufandas ni barcosni toros ni paraguas conseguirá por ellossi por ellos fuera la lluvia lo mojaráno alcanzará perdón o gracia por ellos "con este poema no tomarás el poder" dice"con estos versos no harás la Revolución" dice"ni con miles de versos harás la Revolución" dice se sienta a la mesa y escribe

Respuesta a el poema de Confianzas de Juan Gelman con esos versos Juan 

tu vas sientar sin peso de miedo

vas de quedar sin la revolucion hoy o mañana

pero cuando la llegar su numbre van a recordar

y mas: si nadie hace nadie tendremos,solo nosotros juntos con otras la haceremos

no tendremos la mejor vida, pero tendremos dignidad para vivir no tendremos mucha plata

no tendremos muchos amigos,pero tendremos los raros

por eso, se siente en la mesa y escribe ( LORETO,T 26/10/10)