sábado, 24 de dezembro de 2011
In-soña
Vago noites e noites, butecos modestos,
mentiras sinceras, eternas que chegam
as vezes me confortar.
começo citando a outras uns versos,
que era incertos, insanos, chorando,
amores para me dar.
Te odeio, te amo, não venha a porta
aberta que chega, que grita, suplica,
que quer retornar.
Levanto chorando, com a cara num banco,
em pranto, em pranto você me chamando,
sorrindo, eu gamo em outro engano ,
e volto sem reclamar.
( Loreto,21/12/11)
domingo, 4 de dezembro de 2011
Vinte de Novembro-Feriado.
Victor nasceu em Urubá, Urubapitininga e depois foi para o país de San Paulo. Acorda cedo todos os dias ás 05h da manha para ser escravizado, alias, para trabalhar, pois hoje não há mais escravidão a pesar de andarmos amontoados nos ônibus todos os dias, pescoço com pescoço, tornozelos com tornozelos. Quando chega ao metro para cruzar a cidade é açoitado para dentro dos novos negreiros de ferro, que continua amontoado sem as angemas.
Sempre se perguntava se não fosse o salário de fome que o sinhô lhe dá como gratificação, se não fosse os quatro filhos para criar, nem o carro que ele quer comprar, casa , roupas, se não fosse... Victor seria outro. Mas ele tem um Padrão bom que o deu trabalho. Trabalho de quarenta e quatro horas por mês, sete dias por semana, sem folga, sem parada...senzala.
Quando volta para casa todos os dias ás 18h da tarde, volta amontoado nos ônibus todos os dias, pescoço com pescoço, tornozelos com tornozelos. Quando chega ao metro para cruzar a cidade é açoitado para dentro dos novos negreiros de ferro, que continua amontoado sem as angemas.
Mas é no domingão do Fausão que Victor se vê no espelho. Sua cor negra , segundo ele é igual do apresentador do BBeB( Bizarros, Barangas e outros Bichos) , que sempre o mostra de como e o que deve ser sua família e adestrar seus filhos. E lembra como é bom, como tem um patrão bom e como os atores da imbecilizão são como ele quer ser.
Nada é por acaso. A história se repete. É preciso conhecê-la para não repeti-la.
( Armando O. Pinto ) * Cronica extraida do Jornal Texticulos-Guarulhos
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Quem inventou o tempo?
Não me venha com prazos, datas e horários,
dividindo-o por vinte e quatro só me resta prazo,
dividindo por oito só me resta cansaço.
falta o prazer pela vida,
falta o prazer pelo amor,
falta o prazer pela dor.
Não me venha com prazos, esquecido por prazer,
não me venha com horários esperando o calvário,
não me venha com datas, acabo de perecer.
(Loreto, 16/11/11)
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Pela primeira vez.
Um sambinha, porque faz tempo que não posto nada.
" Se meu amor não regressar, irei também
À estação na hora de partir o trem.
E nunca mais assisto uma partida
Pra não lembrar mais daquela despedida."
( Noel Rosa )
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
PESSOA, F
O Universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
. A minha idéia de noite é que anoitece por meus olhos,
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos,
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso."
(Fernando Pessoa)
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
NACIONALISMO
A Nação é um retângulo de pano
e uma música alegre.
A Nação é um esforço insano
com o qual um povo triste e pobre
encobre seus enganos
( IASI,Mauro)
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Mi vida eres tu
" ando por calles esperando, que vengas alguna looooca,
mas loca... aunque como yo, alguién como yo"
(Vanguart)
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
SÓN
Estreitos nós, éramos nós,
guardados em caixas,
enforcados em gravatas
perdidos a sós, éramos nós
Estreitos nós, éramos nós...
(Loreto,31/08/11)
terça-feira, 30 de agosto de 2011
(MUN)danças
Estou de mudança.
Levo assombrosas lembranças,
guardadas em malas sem esperança,
impondo futuros e vinganças.
me vejo em andanças.
sinto braços que me acalantam,
percebendo-os na dança,
mas por só olhar, me cansam.
Estou de mudança.
levando sonhos e sangue,
pedindo futuras lembranças,
guardados em malas distantes.
( Loreto, 30/08/11)
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Dia a dia;
Acordo para tomar café e bebo Vinicius,
que poe as xicaras ao modo Cecilia,
que tranquila distrai nos com Joao da Vila.
No almoço é Clarice que levanta Bandeira,
para que Manoel trouxesse um disco de Noel,
que Gullar o devora perto da lareira.
De Tarde para noite, Rodrigues nos serve Ventura com bolachas,
para que como traças,Ubaldo devore as bolachas,
lembrando de Drummond e Scliar
Anoite é Lara Resende que me cobre,
e dormente tenho sonhos com Holanda, que Sabino sabe que não sonho mais.
( Loreto,11/08/11)
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Sexo em Moscou
Ricardo Cammarota
Pela sua marighelazinha já ficando molhada
Ela teve medo e recuou na resitência:
- Stálin! Stálin!
Mas depois deu uma olhada
Viu meu sputinik pronto a entrar em órbita
Exclamou feliz da vida:
- Que vara! Que vara!
- Que nikita mais krutschev!
Eu era o sessenta
Ela era lunática rainha lunik 9
Me sentia como se estivesse dando um cheque-mate
o próprio Karpov
E por não ser nem fidel e nem castro
Lambi sua rosa de luxemburgo
E a linda bolchevique geminha tesudinha:
- Ai língua de seda,
Maravilhosa,
Me lenine toda, meu bem
Me lenine toda,
Todinha!
Arranhava minhas costas com suas unhas de mil caranguejos
E sussurrava entre beijos:
- Marx! Marx!
E o colchão de molas rangia:
- Mao tse tung! Mao tse tung!
Me chamou de seu tesão
Maiokovsky do sertão
Engels azul do meio dia
Poeta do real
Sua fantasia
Olhou-me nos olhos e disse:
- Tú és o meu Brejnev!
E ficamos por um tempão
Deitados no colchão de neve
E nos amávamos
Esperando o intervalo
Entre uma e outra greve
Trotsky! Ela tinha uma bezerra gregoriana
Que deixava lamarcas
E quando o êxtase atingiu ao seu máximo Gorki
Quando estava prestes a acontecer um orgasmo dissidente
Sussurou rangendo os dentes
- Chove dentro de mim,
Chove, chove,Gorbatchev!"
( MANO MELO)
quinta-feira, 14 de julho de 2011
muestramelos
( Ricardo Cammarota)
Hacia tiempo que mi boca no via otra,
mas esta es otra boca que me encuentra,
pero, boca una boca que me "atormenta" y me flota.
He encontrado la lengua perfecta,
que es hecha para mi tormenta.
Flota como hoja en el cielo,
boca como poca no rota,
toda bella como ninguna otra,
He encontrado en ti,
una muchacha loca, que me encanta.
( LORETO, Thiago 14/07/11)
Hacia tiempo que mi boca no via otra,
mas esta es otra boca que me encuentra,
pero, boca una boca que me "atormenta" y me flota.
He encontrado la lengua perfecta,
que es hecha para mi tormenta.
Flota como hoja en el cielo,
boca como poca no rota,
toda bella como ninguna otra,
He encontrado en ti,
una muchacha loca, que me encanta.
( LORETO, Thiago 14/07/11)
domingo, 10 de julho de 2011
O Amor venceu a guerra
" O amor, o amor versus a guerra.
O amor, versus a guerra.....
E bem mais fácil, guardar rancor, e bem mais fácil que dizer que perdoou.
Da mais ibope, chama a atenção, mas faz mal pro coração."
O amor, versus a guerra.....
E bem mais fácil, guardar rancor, e bem mais fácil que dizer que perdoou.
Da mais ibope, chama a atenção, mas faz mal pro coração."
domingo, 26 de junho de 2011
à nós!
"Fui assassinado.
Morri cem vezes
e cem vezes renasci
sob os golpes do açoite.
Meus olhos em sangue
testemunharam
a dança dos algozes
em torno do meu cadáver.
Morri cem vezes
e cem vezes renasci
sob os golpes do açoite.
Meus olhos em sangue
testemunharam
a dança dos algozes
em torno do meu cadáver.
Tornei-me mineral
memória da dor.
Para sobreviver,
recolhi das chagas do corpo
a lua vermelha de minha crença,
no meu sangue amanhecendo.
Em cinco séculos
reconstruí minha esperança.
A faca do verso feriu-me a boca
e com ela entreguei-me à tarefa de renascer.
Fui poeta
do povo da noite
como um grito de metal fundido.
Fui poeta
como uma arma
para sobreviver
e sobrevivi.
do povo da noite
como um grito de metal fundido.
Fui poeta
como uma arma
para sobreviver
e sobrevivi.
Companheira,
se alguém perguntar por mim:
sou o poeta que busca
converter a noite em semente,
o poeta que se alimenta
do teu amor de vigília
e silêncio
e bebeu no próprio sangue
o ódio dos opressores.
Porque sou o poeta
dos mortos assassinados,
dos eletrocutados, dos “suicidas”,
dos “enforcados” e “atropelados”,
dos que “tentaram fugir”,
dos enlouquecidos.
Sou o poeta
dos torturados,
dos “desaparecidos”,
dos atirados ao mar,
sou os olhos atentos
sobre o crime.
Companheira,
dos mortos assassinados,
dos eletrocutados, dos “suicidas”,
dos “enforcados” e “atropelados”,
dos que “tentaram fugir”,
dos enlouquecidos.
Sou o poeta
dos torturados,
dos “desaparecidos”,
dos atirados ao mar,
sou os olhos atentos
sobre o crime.
Companheira,
virão perguntar por mim.
Recorda o primeiro poema
que lhe deixei entre os dedos
e dize a eles
como quem acende fogueiras
num país ainda em sombras:
meu ofício sobre a terra
é ressuscitar os mortos
e apontar a cara dos assassinos.
é ressuscitar os mortos
e apontar a cara dos assassinos.
Porque a noite não anoitece sozinha.
Há mãos armadas de açoite
retalhando em pedaços
o fogo do sol
e o corpo dos lutadores.
Venho falar
pela boca de meus mortos.
Sou poeta-testemunha,
poeta da geração de sonho
e sangue
sobre as ruas de meu país.
Sobreviveremos
Perdemos a noção do tempo.
A luz nos vem da última lâmpada,
coada pela multidão de sombras.
A própria voz dos companheiros tarda,
como se viesse de muito longe,
como se a sombra lhe roubasse o corte.
Nessa noite parada sobrevivemos.
Ficou-nos a palavra, embora reprimida.
Mas o murmúrio denuncia que a vitória
não foi completa. Dobra o silêncio
e envia o abraço de alguém
cujo rosto nunca vimos e, todavia, amamos.
Nessa noite parada sobrevivemos.
Sobreviveremos.
Ficou-nos a crença, de restocujo rosto nunca vimos e, todavia, amamos., inestinguível,
na manhã proibida."
Nessa noite parada sobrevivemos.
Sobreviveremos.
Ficou-nos a crença, de resto, inestinguível,
na manhã proibida."
( PEDRO TIERRA, O PRÓLOGO)
sábado, 25 de junho de 2011
Sueños
As bocas na qual percorro, são as mesmas que não a encontro,
vario entre as mais abertas, que sugam até a alma,
ás mais fechadas que por sorte não me trazem trauma.
Vejo em diversas moças que talvez te encontraria ,
tentando vou me enganando, e sussegando.
Para que um dia eu encontre aquela que em sonho me atormenta,
e tenta nos mesmos sonhos que eu não sonhe.
(LORETO,Thiago/24/06/11)
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Enquanto isso
Foram breves os galhos dos seus braços que me arborizaram,
Foi seu corpo quente que me segura entre linguas geladas,
Na estrada,
o correr do autobus, atrapalhava o nosso sonhar,
e sonhando, vi em pequenos detalhes,
a realidade da filosofa se arborizar em outro.
(LORETO,T;24/06/11)
terça-feira, 21 de junho de 2011
Considerações finais
Ao aportarmos nas considerações finais da presente pesquisa, consideramos que o fenômeno dos bolivianos é resultado do processo histórico que consolidou o Neoliberalismo na Europa, na América Latina e no Brasil. Buscamos com esta pesquisa trazer uma síntese de como se constitui este processo na cidade de São Paulo e como o neoliberalismo influiu e influi para a precarização da venda da força de trabalho em todos os aspectos, dando enfoque a venda da força de trabalho dos bolivianos na cidade de São Paulo.
Dialogamos com autores que trouxeram uma perspectiva de como era e continua sendo a situação dos países que passaram por tal projeto, vendo na Bolívia à máxima precarização da venda da força de trabalho, onde a média de vida de um trabalhador boliviano que começa a trabalhar em uma mina de carvão com dezoito anos é de no máximo quarenta e cinco, tendo sérios problemas pulmonares em decorrência das condições de trabalho.
Ao analisarmos o Brasil, observamos a adoção do projeto neoliberal, pelos governos de Fernando Collor e Mello e, posteriormente de Fernando Henrique Cardoso, que, como todos os países da América latina, trataram de privatizar a empresas estatais, vendendo-as para multinacionais e empresários brasileiros – muitas vezes com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional – com o discurso de que era para o bem e salvamento do país da miséria. Aumento do desemprego em decorrência das novas tecnologias implementadas, perda dos direitos trabalhistas inseridos na Constituição de 1988 e desmobilização dos movimentos sociais e operário. Ou ainda, como nos mostra NETTO (2006):
Justamente essa metamorfose está na base do conjunto de extraordinárias mudanças que sustentam o “mundo novo” – alterações no proletariado, no conjunto dos assalariados, na reconfiguração da estrutura de classes, nos sistemas de poder, enfim na totalidade social que é constituída pela sociedade burguesa [...] A ofensiva do capital, no processo da sua mundialização, não resultou apenas na criação do maior contingente histórico de desempregados, subempregos e empregados precarizados e na exponenciação da “questão social; nem o anverso do “pós-fordismo” é somente a restauração de formas de exploração de homens e mulheres que o próprio capitalismo parecia ter superado. (2006, p. 237)
Quando abordamos os sujeitos de nossa pesquisa, conhecemos, por meio de suas falas – assim como de textos de outros pesquisadores do tema - as confecções empregadoras dos bolivianos. Contatamos, então, a superexploração pela qual são submetidos, recebendo salários de fome, dormindo e comendo no mesmo local do trabalho e, consequentemente, devido as condições precárias de trabalho – nas quais devem manter fechadas portas e janelas para que os vizinhos não ouçam o barulho das máquinas e denunciem sua ilegalidade e/ou a ilegalidade da empresa à polícia - desenvolvendo doenças respiratórias. No entanto, o discurso dos nossos sujeitos também expressa a questão dos ganhos nas referidas confecções e a ideologia do consumo, ainda que vivam em condições infra-humanas. Consideramos, contudo, as condições nas quais a maioria dos bolivianos vivia em seu país de origem e o sonho que os trazem às confecções paulistanas.
Entendemos que a hipótese da pesquisa, na qual sugeríamos que a oferta de trabalho e “salários gratificantes” para os bolivianos constitui-se no principal motivo para a migração dos mesmos para São Paulo, se mostra verdadeira. Esperamos, com a nossa pesquisa, contribuir para o debate do fenômeno dos bolivianos, associando-o à estrutura capitalista e a necessidade urgente de sua transformação.
domingo, 12 de junho de 2011
Budapeste.
( José Costa, o Ginógrafo )
quinta-feira, 26 de maio de 2011
El te espera llegar
Fue aya donde los santos son negritos,
donde el agua es mas brasileña, que mi pensamiento esta hoy.
Aya donde los lusitanos oyeron muchas playas bellas, como las Grecas,
Hoy mi pensamiento intenta te traer luego,
porque mi corazion tienes miedo que le olvide
sábado, 21 de maio de 2011
Balada do céu negro
"...pra onde vão desejos?
palavras sem razão?
Pra onde vão palavras?
versos ao vento vão"
palavras sem razão?
Pra onde vão palavras?
versos ao vento vão"
quarta-feira, 18 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
IMPUNEMENTE
(Ricardo Cammarota)
" O dia amanheceu impunemente, mas o vento sabia.
No mercado os índices suicidas se jogam das tabelas
enquanto o presidente encosta a arma na boca,mas não se decide...
convoquem todas as tropas: está solto meu id.
Não sei por onde escapou, por quais
alçapões, paredes falsas,
trilhas na mata, por qual vereda deserta, em qual quilombo,
por qual labirinto, por qual janela, em qual jangada,
pelos olhos de quem.... pelo corpo de que amada?
Estava ali,triste e preso como sempre....
ainda ontem lhe neguei um beijo,
ainda ontem pedi que esperasse,
ainda ontem lhe disse que não era hora...
Estava inquieto, é verdade...pressentia.
Para acalmá-lo li os horários dos vôos,
marquei reuniões,expliquei a importância do trabalho,
pedi que medisse seu desejo pelo tamanho do salário.
Meu id está solto...
não levou relógio, esqueceu a agenda,
não levou roupa, não pagou as contas,
esqueceu de dormir e de comer...
No Conselho de Segurança o
medo brota...
F18 hornets entram em vôo cego.
Sete Estados mobilizam suas frotas
em auxílio ao meu pobre superego.
O Pentágono e o Papa vacilam
entre a bomba e a culpa
e nas fábricas paradas, os operários que tudo faziam
decidem produzir orgasmos no lugar
de mais-valia."
(IASI,Mauro)
terça-feira, 10 de maio de 2011
O último por do sol
Eu gosto muito deste som e como não estou com idéias para escrever a trilha sonora das correrias são estas nas horas vagas.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Shot delicado
Quem dera meu shot ser teu xote,
e em pequenas canções, faria da dança uma lembrança
transformando momentos em fabulas,
monstrando que o inferno também é céu.
( LORETO, Thiago;02/05/11)
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Á Ela
Esbanjam se em seis anos de amizade,
criatividade sempre foi seu forte,
mostrou se madura sempre que pôde,
e quando não, não se mostrou.
Floreceu a mulher/menina,
parecendo sempre uma adulta
e adultera, roubou coração e plantou contradição.
Em direção,
viveu, chorou e sofreu
e em plena vida de dever, criou outra vontade de viver:
nascerá então, Alice, mulher como você.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Outros sonhos
"Soñé que el fuego heló
Soñé que la nieve ardía
Y por soñar lo imposible, ay, ay
Soñé que tú me querías "
terça-feira, 26 de abril de 2011
Ai Se Sêsse
( Projeto Tsunami)
"Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse"
( Zé da Luz)
"Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse"
( Zé da Luz)
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Uma razão a mais para ser anticapitalista
Bom,
Trago essa poesia para mostrar que não é Marx, não é (d)eus, nem nada que me motiva, mais sim uma vida melhor para todos e não um desenvolvimento pessoal, pois como dirá o Boca Aberta, não é ser individuo individual, mais um individuo coletivo. Um mundo, onde caibam muitos mundos, sempre
Te amo
e odeio tudo que te deixa triste.
Se o mundo com seus horários e famílias
e fábricas e latifundiários e missas
e classes sociais, dores e mais -valia
e meninas com hematomas
no lugar de sua alegria
insiste em te deixar triste,
apertando sua alma
com suas garras geladas,
teremos,então, que mudar o mundo.
Nenhum sistema que não é capaz
de abraçar com carinho a mulher que amo
a acolher generosamente minha amada classe
é digno de existir.
Está, então, decidido:
Vamos mudar o mundo,
transformá-lo de pedra em espelho
para que cada um,enfim, se reconheça.
Para que o trabalho não seja meio de vida
para que a morte não seja o que mais a vida abriga
Para que o amor não sema uma exceção
façamos agora uma grande e apaixonada revolução.
( IASI, Mauro)
.
Trago essa poesia para mostrar que não é Marx, não é (d)eus, nem nada que me motiva, mais sim uma vida melhor para todos e não um desenvolvimento pessoal, pois como dirá o Boca Aberta, não é ser individuo individual, mais um individuo coletivo. Um mundo, onde caibam muitos mundos, sempre
(Projeto Tsunami)
e odeio tudo que te deixa triste.
Se o mundo com seus horários e famílias
e fábricas e latifundiários e missas
e classes sociais, dores e mais -valia
e meninas com hematomas
no lugar de sua alegria
insiste em te deixar triste,
apertando sua alma
com suas garras geladas,
teremos,então, que mudar o mundo.
Nenhum sistema que não é capaz
de abraçar com carinho a mulher que amo
a acolher generosamente minha amada classe
é digno de existir.
Vamos mudar o mundo,
transformá-lo de pedra em espelho
para que cada um,enfim, se reconheça.
Para que o trabalho não seja meio de vida
para que a morte não seja o que mais a vida abriga
Para que o amor não sema uma exceção
façamos agora uma grande e apaixonada revolução.
( IASI, Mauro)
.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
In Lak'ech Ala K'in ( eu sou outro você eu sou você, e você é eu )
Eu sou outro você,
Mas não outro,
Sou você e eu,
Eu e você sou eu
Um outro você sou eu,
Eu sendo você sem eu,
você sendo eu sem você,
você sou eu, sendo nós,
todo você agora sou eu,
eu não sou você sem eu,
E-U-S-O-U-O-U-T-R-O-V-O-C-E.
Como dois estranhos.
Varios são os corpos que não te encontro,
diversas são as bocas a qual percorro.
Romperam-se as correntes que nos juntavam,
Ficaram livres dos calcanhares de Akiles.
Os dias passam como loucos ensadecidos,
divide-se em minutos,
Divide-se
sim, nos divide.
(Loreto,Thiago)
domingo, 17 de abril de 2011
Sua voz no poema.
Sua voz no poema
faz do poema sua voz,
faz de sua voz poema.
Transforma cada palavra
num pássaro com asas de seda
e penas de lábios
que voa desde seus abismos
até meus ouvidos invadidos
pela língua das imagens.
Recebo minhas próprias palavras
como minha alma exilada
que retorna molhada da sua.
( IASI, Mauro)
sexta-feira, 15 de abril de 2011
-Batatinha fresquinha só um real!
Passando pela estação do Tucuruvi ouvimos algumas palavras que perpassam aos ouvidos e não passam despercebidos para o cerebro, reflexões não deixam de ser feita. Quando ouvimos :
" -ó o quebra queixo!!
“-batatinha fresquinha,somente um real!”
“-CuriiiiiiinCurrrrin!!!”
Esses são um dos muitos que estão pela cidade, alias pelo mundo,vendendo sua força de trabalho p-r-e-c-a-r-i-z-a-d-a-m-e-n-te. São várias as hipoteses como podemos colocar aqui, mas como disse o nome ilustrissimo FHC o trabalho acabaria( só se for para ele) Por que muitos de nós estamos aqui se fudendo por 8 horas á 12 horas por dia, por um salário de fome.
Esses são um dos muitos que estão pela cidade, alias pelo mundo,vendendo sua força de trabalho p-r-e-c-a-r-i-z-a-d-a-m-e-n-te. São várias as hipoteses como podemos colocar aqui, mas como disse o nome ilustrissimo FHC o trabalho acabaria( só se for para ele) Por que muitos de nós estamos aqui se fudendo por 8 horas á 12 horas por dia, por um salário de fome.
O trabalhador busca outros modos de vender sua força de trabalho com horários diferentes para ganhar o que ganharia trabalhando em um único local, gerando assim um crescimento contínuo de desemprego, pois logo se um trabalhador que trabalhava 8 horas por dia passa a ter dois empregos com horários flexíveis e com salários diferentes, passa a ocupar cargo de outro trabalhador, além do mais deslegitima os direitos trabalhistas conquistados a partir da implantação do Welfare State [1][1]no mundo.
Braz e Netto nos descrevem tal transformação:
“... Todas as transformações implementadas pelo capital têm como objetivo reverter a queda da taxa de lucro e criar condições renovadas para a exploração da força de trabalho (....)mediante a terceirização de atividades e serviços e submetidos a condições de trabalho muito diferentes das oferecidas áquele núcleo- alta rotatividade,salários baixos,garantias diminuídas ou inexistentes.”(BRAZ,Marcelo;NETTO,Jose Paulo;pg.218-219, 2009)
Além da precarização do trabalho formal á venda da força de trabalho passa a ser diferente. Os empregadores passam a solicitar trabalhadores com qualificações altas, que tenham capacidades de participar de diversas atividades, exigindo outras formações, cursos de especialização para uma única função. Além disso, trazem a participação dos mesmos, utilizando de equipes de trabalho, modificando assim a terminologia “empregados” para “colaborados”, ou “cooperadores”, usando a concepção, ou uma falsa consciência[2][2] como um “quase” dono da empresa. Tal recurso traz uma nova dinâmica para venda da força de trabalho, trazendo grandes modificações do modo Taylorista- Fordista [3][3]para uma forma renovada no neoliberalismo.
Segundo Braz e Netto as mudanças na venda da força de trabalho:
“... essa força de trabalho deve ser qualificada e polivante(...)O capital empenha se em quebrar a consciência de classe dos trabalhadores: utiliza-se o discurso que de que a empresa é sua “casa” e que eles devem vincular o seu êxito pessoal ao êxito da empresa;não por acaso,os capitalistas já não se referem a eles como operários ou empregados- agora, são colaboradores,cooperadores, associados...” (BRAZ,Marcelo;NETTO,Jose Paulo;pg.217, 2009)
Contribuições feitas. Essas são algumas das argumentações da minha monografia á respeito da superexploração dos trabalhadores bolivianos em São Paulo. Mas para antes falar nos Bolivianos, damos um apanhado mais histórico sobre a venda da força de trabalho no mundo e na AL. E para finalizar, colocaria um trecho da música do GOG, que retrata muito bem o que se passa
“... Seu pai faxineiro lava banheiros, salários mais gorjetas de terceiros, de quebra faz um bico revendo jogos feitos numa lotérica. Sua mãe com mais de sessenta ainda trabalha de doméstica e assim se completa a renda da família, salários mais gorjetas bico aposentadoria, somando tudo da à certeza de lutar por dias melhores...” (GOG/Genival Oliveira Gonçalves)
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